voyage
Sou um homem sem sinais, esperando que me aconteça uma revolução. Descanso a cabeça no encosto do lugar do morto e vigio. Olho por quem passo e quem por mim passa... Olho e não vejo nenhum sinal. O condutor vai falando, são frases que não chegam a mim. As barreiras arquitectónicas reflectem e direccionam o som noutro sentido. Falsifico o meu isolamento. Finjo enganar-me a mim próprio. Quero conduzir, mas não sei como fazê-lo. Vigio a velocidade e a distância que sobra até ao embate. Deus ilumina-me o rosto e possui-me. (Talvez gostasse mais dele se se chamasse Samuel.) No lugar do morto rimo-nos depois do líquido vertido. Morro enforcado pelo cinto de segurança. A vigilância acabou, talvez agora me deixem ser feliz.
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